segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Pássaro.



Os meus olhos brilharam ao ver as crianças brincando na rua. Vi isso através da grade. E além da grade, da janela de vidro.
Saudade das minhas asas.
Saudade de pegar minha palha e construir minha casa do meu jeito.
Saudade de voar.
Não tenho forças para cantar. E quando eu canto, é um canto triste.
Uma ópera morta. Um som que vem de uma alma presa, vazia, solitária.
Saudade de quando a gente voava em bando.
E quando o vento batia em minhas penas... era mágico. Era divino.
Ali eu era feliz e não sabia.
Uma pedrada acertou em cheio o meu coração.
Quando vi, já estava preso.
Muitos até pensaram que eu havia morrido.
E realmente, eu morri.
Por que você ter asas e não poder voar, é o mesmo que ter vida e não poder viver.

                                                                                                                                        Elmo Ferrér




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