sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Urnas!

Podemos ouvir todos os lados, todas as versões, mentiras e verdades, acusações, absovições,denúncias com e sem fundamento.
Planos, propostas, promessas...
Vimos grandes palavras, grandes propagandas. Vimos um campo de guerra se formar e o Brasil, se dividir.
Vimos candidatas despreparadas assumindo posições para quais são incapacitadas , só para encubrir erros dos maridos.
Vimos a justiça funcionar e a ficha limpa "limpar", literalmente, algumas maçãs podres do quintal.
Vimos,ouvimos, debatemos, repudiamos, amamos e odiamos.
Agora, é a hora de mostrar nas urnas que somos um povo capaz de analisar e julgar o que acreditamos ser bom para nossa nação. É hora decidir.
Neste domingo, vote consciente.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Espelho,espelho meu...

- Espelho, espelho meu, existe alguém mais linda que eu?
-Claro que sim!
-Como assim claro que sim?
- Meu bem, acorda! Você tá no século XXI. Hoje em dia só é feia quem quer. Hoje, qualquer uma pode ter botox, silicone, megahair, lente de contato...
- Droga! Quantas maçãs terei que envenenar para acabar com as concorrentes?
- Nenhuma querida! Esse lance de fruta virou uma revolução! Tem mulher-pêra, melão, amora, banana, ameixa, melancia, maçã.... Isso não vai colar, não mesmo.
- Então vou ter que partir para o plano B, mandar rancar o coração de cada uma.
- Acho meio difícil. Daí que se penetre toda a camada de silicone...
- Que merda. Como é difícil ser madrasta de conto de fadas nesse país! Até quando vou ter que me contentar apenas com a Branca de Neve?
-Até nunca meu bem. Ela agora não é mais branca! Tá toda bronzeada, com marquinha e tudo. Vai até posar pelada...
- É...acho que estou meio atrasada! Se eu soubesse que iria seer tudo assim, não iria fazer feitiço para ser linda!
-É... melhor fazer uma plástica.

sábado, 16 de outubro de 2010

Nós...


Um vilarejo a beira-mar, um mirante abandonado, sonhos, angústias, amizade, amor.
Lipe e Rafa se conheçem aos oito anos de idade e a partir de então, começa uma linda amizade.
O mirante é o ponto de encontro para as confidências.
Eles crescem e aos dezoito anos, os sonhos já não são mais os mesmos, os problemas também.
O desejo de Rafa é ir embora, conhecer o mundo, sair daquele vilarejo de tanta gente sem esperança de futuro. O desejo de Lipe, é apenas ter o melhor amigo por perto, sempre.
A amizade até então inabalável se modifica e, o sentimento de companheirismo dá lugar as confusões sentimentais e a descoberta do primeiro amor.
Aos 35 anos, Lipe, do mirante, olha o mar...lembranças, apenas lembranças restaram.

Nós... um peça poética, encantadora, delicada.
E a questão que fica: Todo tipo de amor vale a pena?

Com Elmo Ferrér e Laídison Peixoto.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dentes e votos.

- Quando que eu posso pegar minha dentadura?
-Calma, eu ainda nem ganhei.
- Mas isso não é errado seu moço? O senhor já é vereador da minha cidade, eu votei em você na última eleição...eu não deveria ganhar a dentadura só se o senhor ganhar a eleição pra deputado não.
- Mas da última vez eu te dei os óculos não dei?
-É...deu. Mas o que eu queria mesmo é a dentadura.
- Olhe, vamos fazer o seguinte, a cada voto que você conseguir eu te dou um dente, pronto.
- E quantos dentes tem uma boca?
- Não me faça pergunta difícil. Faça isso, consiga voto que eu consigo dente.
- E se faltar um voto, vai ficar faltando um dente?
- Paciência... melhor não ter um do que faltar todos. E então?
- Fechado!
O candidato não ganhou, mas o seu João apareceu com uma boca linda dias depois. Como?
- Uai. Pra cada candidato que prometi meu voto, pedi um dente. Agora sei que temos 32 dentes na boca, montei minha dentadura e votei nulo. Eles pensam que só eles podem nos enganar...engano deles!

domingo, 10 de outubro de 2010

Preston- Dia de nada.

 Dia nublado, meu café amargo me espera. Dor de cabeça, vontade de mandar um foda-se pra tudo.  E assim eu vou. All Star surrado, rasgado. Fone no ouvido, Pink Floyd me diz: "Big man, pig man, ha ha charade you are." É isso mesmo. Grande porco. Que se dane. Minha calça jeans rasga a cada passo. Minha camiseta já não é branca há um tempo. E dai? Hoje não quero nada. Não tô afim de nada. Vou sair por ai, vou sentar na grama seca da torre de tv, enrolar meu back e observar esse céu cinza. Só isso, nada mais. Tem dias que você não quer nada, não quer fazer nada e pronto. Tem dias que ninguém quer nada com você, que a vida manda um foda-se bem grande na sua cara e você aceita. Um dia, você revida. Foda-se pro mundo, pra tudo. Quero só sentar, tragar, soltar, observar. Hoje é um dia de nada.

Por Preston Wils.

sábado, 2 de outubro de 2010

Memória.

As palavras o vento leva. A memória não.
Memória fica, atormenta, angustia, doi.
É ela. É sempre ela quem fica.
E parece que quanto mais pedimos que se afaste, mais ela se aproxima.
Ela volta com os olhos cheios de promessas incumpridas.
Ela volta com o sorisso calmo e enganador.
Ela volta, sempre volta.
Quando você menos espera,
quando você menos quer.
Quando você acredita que a perdeu. Quando você grita para o seu interior,
ela responde.
Quando você chora de tristeza, é ela o olho d'agua que percorre todos os afluentes da sua alma.
Quando você fala baixinho, é  ela quem está ali, te ouvindo.
Quando você se sente só, ela te acompanha.
Quando você deseja o pior, ela se transforma em momentos bons.
Ela sempre te segue.  É ela quem decide quando vai, se vai.
Ela não é sua. Ela  tem um dono.
Ela é do tempo. Juntos, eles determinam tudo.
E mesmo que o tempo a leve,
você nunca saberá quando ele resolverá trazê-la de volta.
Só resta sentar, deitar, andar, esperar.
O dia que ela irá.
O dia  que ela voltará.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A mandinga.

-É o seguinte; numa noite de lua cheia vá a um brejo que seja bem afastado. Pegue o primeiro que aparecer.
- Mas, e se eu pegar uma sapa em vez de sapo?
- Não importa minha filha, o que importa é ser anfíbio. Sapo, rã, perereca, não importa. Se pular e fizer "coach", pegue. Não pense duas vezes.
- Certo. Então eu pego o sapo, perereca, rã ou sei lá o quê, e depois?
- Leve pra sua casa. Escreva o nome do seu amado em um papel branco, virgem.
- Uma dúvida! Enquanto eu estiver escrevendo no papel, o que acontece com o sapo?
- Ele pode ficar assistindo televisão. Ora minha filha, isso é pergunta que se faça? É claro que o sapo vai ficar lá na caixa dele esperando a hora. Não me faz pergunta besta. Então, escreva o nome do dito cujo...
- Roberto!
- Oi?
- Roberto. O nome dele.
- Ah, não importa. Escreva o nome no papel virgem. Depois dobre sete vezes e coloque na boca do sapo.
- Uma dúvida!
- Meu saco...
- Você não foi clara minha senhora. Como é que eu faço pro sapo abrir a boca? Não é assim, chegando, abrindo e pronto. Tem que ter uma técnica, não tem?
- Na verdade tem. Coloque papinha numa colher e faça aviãozinho pro sapo. Daí, quando você disser que o avião vai pousar ele abre a boca, você segura o maxilar dele com força e joga o papel.
- Sei...e a calçinha?
- Tudo junto. Calcinha e papel. Calcinha enrolada no papel, calcinha primeiro, papel depoís, não importa. Você decide na hora ta?
- Um... eu ainda tô pensando como vou abrir a boca desse sapo!
- Olhe, a técnica para abrir a boca do sapo você desenvolve depois ta bom? No panfleto que você recebeu diz que trago seu amado em sete dias e não que eu dou consultoria sobre sapos. Após colocar tudo na boca dele, costure.
- O quê?
- A boca do sapo!
- Ah!
- Então, pegue o sapo, enterre em frente a casa do dito cujo e diga: " Assim como eu costurei seu nome na boca deste sapo, você ficará costurado a mim por toda vida."
- Por toda a vida é? E se um dia eu não quiser mais ficar com ele?
- Você volta aqui que passo outra mandinga para ele deixar de gostar de você.
- Ah ta! Vamos pensar em hipóteses. Se caso, quando eu estiver enterrando o sapo, alguém acorda?
- Quê que tem?
- Como quê que tem minha senhora? O que eu faço? Vou ficar lá, com o sapo na mão, ajoelhada, com cara de pata?
- Se vire.
- Me viro e vou embora?
- Não. Se vire de se virar mesmo. Isso não é problema meu. Minha função é ensinar a mandinga, já disse. Não dá para ensinar como você vai lidar com os improvisos. Daqui a pouco você vai querer que eu vá junto.
- Não seria uma má idéia.
- Bem, a consulta já deu o que tinha que dá. São R$ 250,00.
- Não tem desconto?
- Não.
- Eu espero passar os sete dias e volto aqui né?
- Pra quê?
- Ué. A Senhora disse que trazia ele em sete dias. Se a senhora vai trazer, não vai ser pra cá? Ou a senhora manda entregar?
- Faz o seguinte minha querida. Vai mais atrás do sapo não. Pegue o papel, a calicinha e tudo mais e coloque na sua boca. Depois costure, vá pro...sei lá...elevador lacerda, e fique lá esperando.
- E ele vai até lá?
- Vai, vai sim. Agora, passar bem.

A falsa vidente observa pela janela a mulher se afastando. E então, pensa: " É por essas e outras que não me arrependo de enganar as pessoas. Elas pedem...elas pedem..."