domingo, 26 de setembro de 2010

Ela...parte II

Agora só resta dar uma passada na lanchonete da esquina, onde o amigo Márcio trabalha. Afinal, não tem mais nada o que fazer e depois, um café de graça agora viria a calhar.
Chegando a lanchonete,  que estava lotada de pessoas que provavelmente entraram ali para se livrar da forte chuva, se olhou de cima abaixo.  O grande relógio que fica acima do balcão marca sete e meia. Calamidade. Parecia mais um pinto molhado, um ser indígno de estar naquele lugar tão chique. Há algum tempo, um mês precisamente, quando tinha um emprego decente, era um frequentador assíduo daquele local. Tem a leve impressão de ser observado por todos, como se o tempo parasse e o único ser animado daquele local fosse ele. Passando por cima de tudo isso, resolve se sentar no único lugar vazio, uma mesinha de canto, no espaço dos fumantes. Márcio, percebendo a chegada do amigo, se direciona a sua mesa.
       - E ai brother!
       - Oi!  
       - Como você tá?
       - Molhado, com fome, sem chave, sem dinheiro, com ódio do mundo e sem nome até agora.
       - Sem nome?
       - É, sem nome. Quem escreveu minha história não me deu um nome até agora. Só lembrou de me ferrar!
       - É...acho que você ta mal mesmo né? Não lembra nem do próprio nome.
       - Não lembro, não. Não tenho!
       - Meu Deus meu brother!  Tu se chama Diego, lembra não? Tá piradão mesmo. Vou pegar um café para você, por minha conta.
Certo. Agora sabe que tem um nome, o que não é lá grande coisa neste momento. Olha pelo vidro embaçado da lanchonete. A chuva agora fraca, continua a cair e a molhar um casal de namorados que passa abraçado pela calçada do outro lado da rua. Como ele desejou que um carro em alta velocidade passasse e jogasse toda porcaria do mundo naqueles dois. Ou, sei lá, uma marquise poderia cair sobre eles. O  que estava fazendo? Desejando a infelicidade dos outros? Ninguém tem culpa por ele ser um frustrado azarento.
         -Seu café my brother!
         - Dá para parar com essa mania ridícula de falar inglês?
         - Excuse me mu brother. Tenho que praticar. Agora que começei a fazer curso de inglês é inevitável falar.
         - Que bom pra você que pode fazer um curso.
         - Você também poderia fazer se não tivesse largado tudo para investir naquela idéia maluca.
         - Não precisa me lembrar. Estou procurando emprego tá? Hoje mesmo tinha uma entrevista marcada, mas, como com certeza eu devo ter feito sexo na mesa da santa ceia em outras vidas, Deus resolveu mandar uma chuva e acabar com meu dia.
         - Você esta tão amargo my brother... olha, eu posso estar passando um currículo seu pro meu gerente.
         - Você não pode estar passando por que isso é gerúndio.
         - Quem?
         - Nada, esqueçe. Quer aprender inglês mas nem sabe o português...
         - Olha só my brother. Eu sei que seu  começo de dia pode ser uma merda, mas eu não tenho culpa.
         - É, é verdade...foi mal! Cara, é que eu tô com ódio do mundo sabe? Luz cortada, aluguel para pagar, quase sem grana...
        - Podia voltar para casa da sua mãe, mas não, não dá o braço a torcer né?
        - É, não dou. Pra casa dela não. Pelo menos ainda tenho minha dignidade. Apesar de precisar, não vou deixar meu curriculo aqui, e você sabe bem porquê.
        - Sei... ela aparece aqui quase todos os dias.
        - Eu sei. Eu sei. É po isso que faz um tempo que não apareço. Não quero ter o desprazer de cruzar com ela por aqui.
        - E também por que você não tem grana né? - rir- Foi mal, era só uma piada.
        - Quero que ela se dane. Ela pergunta por mim?
        - Não! Na verdade brother, não é querendo te deixar pior, mas, ela ta com outro cara.
        - Pois é... e depois ainda me dizia que seria praticamente impossível me esquecer. Com certeza ela deve tá com aquele cara que ela dizia ser apenas um amigo.
          - Eu acho que é ele sim.
         - Pois eu quero que se dane. Nunca mais quero ver essa mulher na minha frente.
         - Então acho melhor você fechar os olhos meu irmão. Ela ta vindo aí.


  

sábado, 25 de setembro de 2010

Till- a saga de um herói torto.


Expresso sobre Till.

               Há um mês, assisti na praça da República, em Brasília, a peça teatral, Till- a saga de um herói torto, do grupo de teatro Galpão, de BH.  Tive que assistir a peça também porque era para ser feito um relatório sobre preparação do ator, para a faculdade, mas claro, não só por isso. Por ser teatro, por ser Galpão e por ser de graça, rssss!
               Bem, quem sou eu para analisar minunciosamente um espetáculo do grupo Galpão. Não tenho propriedade para isso, nem diploma. Mas, dentro do meu uinverso de espectador, acho que posso expressar o que achei.
               A peça é muito dinâmica. Começa com a procura de uma alma, que está na platéia, e que depois revela se tratar de Till, vivido pela atriz Inês Peixoto. Para quem não a conheçe, ela viveu a personagem Edelweiss, na minisérie A Cura, da rede Globo. Por sinal, Inês é uma atriz perfeita, completa. Bem, voltando a peça, ela começa pela platéia, com a escolha dessa alma, e depois, o que se vê no palco, é uma série de cenas belas, com marcações bem definidas, efeitos especiais, personagens que parecem surgir do nada, grandes atuações, atores tocando instrumentos enquanto estão fora da cena e muito, muito teatro! É nessa hora que seu coração acelera e você percebe o quanto isso é belo, o quanto te toca e o quanto você sente que nasceu para viver aquilo. A peça é cortada em algumas cenas pela romaria de três cegos, o que dá a peça uma agilidade cômica impressionante.
                Castiçais acendem do nada, uma mulher dá a luz e de dentro dela salta a atriz Inês Peixoto. Em outra cena,  é simulada a queima de uma atriz no palco. E assim se dá a peça, nesses cortes entre a romaria dos cegos, as armações de Till para se dar bem e escapar dos seus perseguidores, encontro entre diabo e consciência, e um padre que mantém relações com a cozinheira. Bem, não vou me aprofundar muito na peça, para que quando você veja, não perca as surpresas, mas, posso adiantar que é surpreendente, mágica, e encantadora.
                 Parabéns ao grupo Galpão por toda competência e por levar as ruas um teatro de qualidade, com ótimos atores e grandes atuações. O teatro não pode morrer, não pode se perder dentro de tantas novidades como internet, cinema 3D e tudo mais. Tem que se fazer vivo, sempre. E o grupo Galpão é um exemplo de que o teatro está aí, firme, forte e belo, como sempre!

Evoé!

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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Aharom Avelino - Muito além do arco-íris.


Expresso hoje minha profunda admiração pelo escritor, Aharom Avelino.
Aharom é uma pessoa única, dotada de uma sensibilidade, inteligência e criatividade ímpares. Quem já leu algum texto teatral,um conto, uma crônica ou uma sinopse de telenovela dele, certamente se pergunta: como uma pessoa desta ainda não está escrevendo para a tv? Como no mundo existem tantas pessoas sem o mínimo talento recebendo oportunidades enquanto existem pessoas tão capazes por aí ? Aharom certamente é uma delas. Sua maneira de escrever é formidável, capaz de fazer você ter mil interpretações para uma mesma históría, capaz de fazer com que você não queira chegar a última página, para não ter que terminar de ler.
Além destas qualidades literárias, Aharom é um grande defensor dos direitos homossexuais. Em um mundo onde vemos tantos homossexuais exibidos, mais interessados em aparecer, em  apenas"causar" , Aharom mostra através de suas atitudes ,que está muito além do arco-íris que cobre o mundo gay, que postura e ética é essencial para que você seja um grande profissional, independente de que bandeira você carregue. Muitas pessoas simplesmente banalizam os homossexuais. Acham que por terem uma personalidade que não é a imposta pela sociedade, não tem competência. Vejo isso todos os dias, em todos os lugares. Vejo colegas da faculdade não serem chamados para determinados personagens por que acham que não serão capazas de fazer algo diferente, apenas por terem trejeitos diferentes. Ou, em alguns casos, pessoas que precisam esconder sua maneira de ser para conseguir um emprego, pois não serão aceitos sendo como são. Claro que há os que realmente ridicularizam o fato de ser homossexual, transformando sua maneira de viver em um grande carnaval, querendo ser o centro das atenções e assim, implantando na cabeça da pessoas a falsa imagem do que é ser homossexual. Nisso, a mídia tem uma enorme responsabilidade, mas, isso é outro assunto.
Aharom para mim, é um exemplo de pessoa e de profissional. É uma pessoa capaz, que corre atrás das oportunidades, que se mostra,  não por trás da bandeira multicolorida, mas por trás da sua própria capacidade de criar e recriar.
Lembro-me quando começamos a ensaiar uma comédia escrita por ele, como fiquei encantado pela maneira como ele conduziu o texto, e pela veia cômica que tem.
Eu espero , sentado na primeira fila,  as cortinas do sucesso que irão se abrir para esse grande escritor, e aplaudirei de pé cada conquista sua. Espero que Aharom seja logo descoberto. Que a tv brasileira recupere o tempo perdido com tantos programas sem qualidade e tantos profissionais tão desqualificados, colocando em sua grade, esse grande roteirista que tem muito a mostrar e encantar telespectadores do mundo inteiro.

Sigam Aharom no blog: http://aharomavelino.blogspot.com/ e vejam que não estou mentindo!

Salve Aharom!!!

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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Na vertical...

A realidade é muito chata. Prefiro viver a fantasia, o amor, a liberdade de ser, apenas ser. Ser livre, ser ator, ser humano. Linhas retas me levam sempre a um lugar comum e previsível. Bom, é andar na vertical, quebrar barreiras, experimentar...
Algumas pessoas vivem a vida sempre planejando o amanhã, como se ele existisse. O bom mesmo, é poder abrir os braços e deixar o vento te tocar, deixar o sol te banhar...não dá para saber se eles estarão aqui amanhã, e mesmo que estejam, não será o mesmo vento, o mesmo sol. O de hoje, é apenas o de hoje.
Bom mesmo é correr sem direção em meio a multidão. É cantar aleatóriamente, sem se importar com os curiosos que lhe julgam e lhe observam. Bom mesmo é por pra fora aquilo que lhe incomada. Dizer que ama, que não ama, que quer, que não quer.
É bom ter a segurança de dizer um não com a mesma facilidade que se diz sim! Mesmo que saiba que um não nunca é bem recebido, mas é um ato de coragem.
Viver a vida é um ato único. As pessoas não percebem que elas acordam dia após dia. Elas acordam como se isso fosse uma coisa super normal. Acordam, levantam, tomam banho, tomam café, saem, trabalham, vivem...e só!
Acordar todos os dias não é algo normal. Não em um mundo como o de hoje. Hoje em dia, acordar passa de tarefa a dádiva. Ah, como é bom acordar!!
Viver na vertical, ver o mundo de cabeça para baixo...experimentar todos os segundos que lhe fora reservado. Essa é a dica!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Nada é como antes...

Hoje recebi uma mensagem que fez com que eu me fizesse uma pergunta? Pra quê serve um blog?
Acredito que primeiro, para fazer com que você se aperfeiçoe cada dia mais na escrita, crie sua própria identidade, tanto pessoal e profissional, quanto intelectual. Segundo, porque você pode escrever sobre suas experiências pessoais e as pessoas que gostam do seu estilo, podem, ou não, se indentificar, criando assim um ciclo de debates e discussões sobre assuntos comentados. Quando eu falo, experiências pessoais, falo de esperiências presentes, e não, passadas, pois, pelo menos para mim, o passado é passado, e nada mais é como antes. As emoções e pensamentos mudam constantemente.  No meu blog, escrevo sobre momentos que fazem parte do meu presente, não do meu passado. Acho que talvez isso não tenha ficado claro para alguns leitores, por isso estou explicando.
Escrever, não é para qualquer um, e através do meu blog, várias pessoas que apenas me conheciam superficialmente, poderam me conhecer mais, através dos meus artigos, dos meus textos teatrais etc...
Aqui, não falo mal de ninguém, não cito nomes, apenas, escrevo sobre observações cotidianas. Se algum leitor, de certa forma se identificar, bem... !
No mais, meu blog me deu grandes presentes: poder ser visitado e elogiado pelo escritor argentino Santiago Serrano, um mestre, alguem realmente grande, ser visitado pelos meus leitores do recanto da letras, que adoram a maneira que escrevo e com os quais fiz grandes contatos, além da contratação do meu trabalho como escritor para dois textos, um em Brasília e um em São Paulo.
Como já havia dito antes, escrever é para poucos. Qualquer um pode pegar um papel e fazer um rascunho, mas dificilmente, conseguem emocionar ou escrever algo de útil.
Sei que tenho leitores, inteligentes, que apreciam a pequena arte de escrever, e de ler. E me desculpe alguns, mas escrevo para gente inteligente, culta, que realmente sabe o que quer e o que pensa. Idiotas despreparados, sem cultura, sem ocupação , sem importância para o mundo e que nunca souberam o que é fazer algo de útil na vida além de ter inveja do talento alheio, não tem espaço aqui, e nem na minha vida. E quando passam por aqui, certamente é por acidente.
Agradeço a todos os leitores que me mandam e-mails diariamente me elogiando pelos textos e trabalhos.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Arrogância.

Fico pensando: tantas pessoas usam, cotidianamente, da arrogância para lhe dar com todos em sua volta. Ao invés de falarem, impõem. Não olham nos seus olhos, se sentem sempre superiores. Acham que tem um rei na barriga, sempre querem ensinar, sempre querem mostrar que sabem mais que todos. E o que acho de tudo isso? Idiotice. Pura idiotice. Primeiro, porque essas pessoas pagam um grande mico, pois enquanto elas estão se valendo de seu personagem todo poderoso, as pessoas estão rindo delas e de suas atitudes burlescas. Segundo, porque o máximo que essas pessoas conseguem obter, pelo menos de mim, é pena. Tenho pena de ver que essas pessoas não são felizes, e se contentam em destratar, humilhar e desmerecer as pessoas que estão a sua volta, mas não percebem que, no fundo, elas são vítimas de suas próprias atitudes. Elas não percebem que estão sós, que ninguem sequer faz questão de tê-las por perto e torcem para não precisar conviver no mesmo espaço que elas por mais de...cinco segundos!
Eu, particularmente, abomino esse tipo de gente, e não faço o mínimo esforço para conviver com elas. Pois, para viver em sociedade, é preciso no mínimo, ter educação, e essas pessoas mostram, todos os dias, em cada gesto, cada palavra e cada atitude, que elas e a educação são inimigas mortais.

Elmo Ferrér

domingo, 19 de setembro de 2010

Reinações.

A três meses, preparamos a peça " O Reino". A peça, drigida e escrita por mim e encenada pela Trupe Bando de Artes, marcará a estréia da Trupe em palcos brasilienses. A apreensão é grande, muita responsabilidade, mas posso dizer que a peça está sendo preparada com muito carinho e cuidado. Nos preocupamos em marcar, desenhar, cada cena, cada movimento, para que tudo tenha o efeito esperado, sem perder a sutileza. Por ser um drama, a peça não aceita "cacos", o nome que damos no teatro para improvisações. Mas ainda assim, a peça tem seu lado cômico, por três vezes: quando Maria (Lúh Rodrigues) é apresentada ao senhor Boaventura (José Moreno), o diálogo se dá de maneira bem irônica. Quando Maria dança para o senhor Villar (Alvaro Macedo), a dança marca toda a cena, que na verdade será mais uma tentativa de fuga da personagem, quase uma corrida de gato e rato. E quando Maria imita os trejeitos de sua Mãe, Donna (Paula Durval).
Todas as cenas, como ja disse antes, estão sendo muito bem desenhadas. Os movimentos são bem finalizados, um movimento leva a outro. Me preocupei também em não revelar tudo ao espectador, sendo assim, uma cena que parece que vai terminar de um jeito, termina de outro.

Sinopse de O Reino:

Ao relembrar as palavras que sua mãe dizia, e que ela passa a dizer para sua boneca, Maria revê o seu lado negro ressurgindo e personagens da sua vida, até então esquecida, voltando. É quando ela se vê novamente em sua casa, um bordel de luxo dos anos 50, seus brinquedos, que em alguns momentos, se transformam em amigos imaginários, os ex-clientes, as brigas com sua mãe. Maria vivia de lembranças e fantasias. Vivia presa em casa, e quando precisava sair, inventava lugares. Foi assim com sua fuga para o circo. Maria vê seu futuro, uma noiva, e seu passado, uma debutante, se encontrando e lhe revelando a mais infeliz verdade: Ela é louca, e jamais será feliz. Será mesmo?

A peça é encenada pelos atores:  Lúh Rodrigues (Maria) , Álvaro Macedo (Senhor Villar, Boneco, Palhaço) , José Moreno (Senhor Boaventura , Boneco , Mágico) , Ana Paula Silva (Boneca, lado negro de Maria, debutante, prostituta, patnner.) , Paula Durval (Mãe de Maria, boneca, noiva, trapezista).

Vale a pena conferir!!!

sábado, 18 de setembro de 2010

Murilo Grossi- o dinossauro.


Olá!!! Passo hoje para fazer uma singela homenagem ao ator Murilo Grossi.
No último domingo, assisti no teatro Dulcina de Moraes, a peça " Dinossauros". A peça, do escritor argentino Santiago Serrano é encantadora, de uma sensibilidade, um romantismo, uma sutileza simplesmente perfeita. É o tipo de peça que você assiste e pensa: Senhor, eu nunca teria tanta sensibilidade!
A direção também foi impecável. Guilerme Reis, além de ter criado o Cena, é um grande diretor.
Mas, quero falar sobretudo dos atores da peça, Carmem Morethzon e Murilo Grossi.
Carmem é a simpatia e educação em pessoa. Um atriz sensível e simplesmente prefeita. No palco ela é grande. Pessoalmente, é delicada e muito, muito amável, algo tão difícil de encontrar nos atores nos dias de hoje.
Murilo me impressionou. Ja tinha visto alguns trabalhos dele na tv, mas nunca me chamou muito atenção. Não que achasse ele um mau ator, nunca, mas por nunca notar mesmo. Fui observa-lo agora, em "escrito nas estrelas", como o pai da protagonista Viviane/ Vitória. No palco, Murilo é de uma naturalidade única, um ator tão experiente. Também me admirou muito a humildade dele com a gente, público. tão educado, sensível. Trata a gente como se fossemos velhos conhecidos. Não há distância.
E dai, parei para pensar sobre a peça. Dinossauros são seres extintos, assim como alguns sentimentos humanos, que simplesmente parecem desaparecer a cada dia.
Carmem e Murilo são dois dinossauros. Em um meio onde as aparências e o ego são tão importantes, eles mostram atitudes extintas em muitos artistas: educação, humildade, sensibiidade, companheirismo, e sobretudo, talento.
Deixo aqui minha homenagem a esses atores, e dizer que a partir de sempre, sou fã do trabalho deles, e onde eles estiverem, estarei também, aplaudindo de pé.

Merda,merda,merda, dinossauros!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Referência...


Para que possamos crescer na vida, profissionalmente ou pessoalmente, é natural termos referências. Muitas coisas e pessoas podem lhe ajudar a mudar de vida, seja através de uma música, de uma ação, de uma palavra...
Desde pequeno, sempre gostei de estrelas.  E considero Didi Viana, uma.
Sempre admirei seu jeito popular, sua segurança ao falar, como tratava a todos... e sempre, nos comicios ou reuniões, eu ficava no canto, espiando e pensando...um dia ainda vou conversar com esse homem.
Quando conheci sua história então, a admiração só aumentou. Um mascate que sempre batalhou para ter tudo na vida com dignidada, resolve se candidatar a prefeito de uma cidade do interior, onde a política é extremamente coronelista, onde o sobrenome e a tradição ditam os deveres de cada cidadão. Uma cidade perdida no tempo, onde as pessoas viviam (e ainda vivem) na era da ditadura.
Me admirei em ver esse homem bater de frente a toda essa monopolização de poder e encarar os fatos e as pessoas poderosas sem abaixar a cabeça e se deixar intimidar. Apesar de não ter ganho as eleições, ganhou as disputas, e no meu ponto de vista, só não levou a cadeira de prefeito por que a população se vende fácil, e muitos eleitores dessa cidade não se importam em quem estão votando.
Hoje, Didi Viana se candidata a Deputado Estadual, e meu respeito e admiração só cresce, cada dia mais.
Escrevo este artigo, não por ser apenas época de eleição, mas, por que quero que vocês conheçam esse homem que foi responsável pela construção do meu caráter e por quem tenho enorme admiração.

E se quiserem conhecer as suas propostas, posso passar por e-mail. Se você não votar nele, ao menos saberá que no estado de Goiás e na extinta cidade de Luziânia, existe alguém que pensa em mudança.

Por Elmo Ferrér

O embarque e Rainhas.

Estou de cara em dois novos textos. Leiam a sinopse:

  • O embarque:  Um jovem chamado João se vê dentro de um vagão de trem, sem saber para onde ir. As constantes brigas com os pais o fez buscar aventuras que chamassem a atenção para sua vida. Encontra personagens que o põem em um linha tênue entre a realidade e a fantasia, que pode ser vivida a cada dia através das drogas. É uma peça musical, com duração de 30 minutos. Estou escrevendo para montar com um grupo de jovens da periferia do DVO. A idéia, é que após essa experiência, possamos transforma-la em um espetáculo direcionado para escolas e igrejas.

  • Rainhas: As lavadeiras sentam todos os dias às margens do rio para, além de lavar roupas, contar seus causos cotidianos. Reprimidas dentro de casa por seus maridos, pensam em atravessar o rio e chegar até a outra margem, se libertando assim, de toda tortura e trabalho escravo. Numa dessas tentativas, são levadas pelo rio, e tem um encontro com as rainhas das águas, Oxum, Iemanjá e Iara.A peça será montada pela Trupe Bando de Artes e tem estréia para a semana da consciência negra, em Novembro.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Direção: descoberta.

Através da peça O Reino, texto que escrevi, estou me descobrindo mais ainda como diretor. Até então, sempre dirigi em conjunto, dessa vez, comprei a briga sozinho. E estou adorando. É bom criar, passar, ver aquilo se transformar. O Reino cada dia fica mais bonito, as marcações bem desenhadas. Percebo a cada dia, o quanto é importante você esta numa faculdade de teatro, o quanto isso te ajuda, te faz crescer... e melhor, o quanto assistir espetáculos teatrais fazem você apurar seu sentido de direção, de escrita, de atuação. Fico triste em ver como tem gente no mundo completamente despreparada que se apresenta como ator/ atriz, e nem sequer sabe o que realmente é teatro.

Não percam O Reino, estréia dia 27 no teatro Conchita!!

@elmo_ferrer

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

E assim...

Esperteza pouca é bobagem heim??

Tem muita gente por ai que se considera esperta, faz e apronta de tudo e sempre procura um laranja para jogar tudo em cima. Não seria muito mais fácil reparar o erro. O mais impressionante é que as pessoas simplesmente parece não ter memória... não lembra do que fez, apenas do que fizeram para ela. Ou será que fizeram? Será que não foi apenas uma resposta a tudo que causou??

É algo a se pensar...

@elmo_ferrer