sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A morte e as borboletas.

Eu olhei para você dormindo e dei um sorriso de canto de boca.
Sai pelo imenso jardim para colher as flores que enfeitarão nossa mesa de café da manhã.
Eu arrumei a mesa com todo cuidado. Coloquei aquela toalha com desenhos de borboletas que você tanto gosta...
Borboletas...
Elas voam em cima de você enquanto você dorme. Elas voam pelo imenso jardim. Elas voam em volta da mesa do café.
Eu lhe dou um beijo na face para que você acorde. Mas eu sei... eu sei que não vai acordar.
Deixo a mesa posta e deito ao seu lado. Abraço-te como se esse fosse nosso último abraço.
E as borboletas... elas voam por todo nosso quarto.
Eu sei... elas vieram te buscar.
Fica mais um pouco. Toma seu último café comigo?
As borboletas podem esperar.
Elas bem que podiam me levar...
Amor... como é bom sentir o seu abraço.
Mesmo frio aqueçe meu coração.
Você está aqui. Está?
As borboletas vieram te buscar...
Fique mais um pouco. Até o café esfriar.
Depois você pode me beijar e poderá ir.
Mas antes... meu amor...deixe que eu seja seu mais uma vez.
As borboletas podem esperar. Elas tem a vida inteira para voar...!

Elmo Ferrér

Nenhum comentário:

Postar um comentário