segunda-feira, 5 de julho de 2010

Menino da lua.

A lua é o meu lugar. Nasci para viver nela, vim para terra por acidente de percurso.
Acho de desci no ponto errado e nunca mais conseguiu uma condução de volta.
Mas, deixe-me ratificar. Não sou alienado, apenas, vivo no mundo da lua.
E o que é viver no mundo da lua? É pensar alto, grande e brilhante. É ter que depender da luz solar mas ainda assim, ter uma beleza sobressainte, única. Ter fases, mudar constantemente, mas sempre em períodos certos, precisos.
É ter poder sobre o mar, de levantar águas, de fazer cães uivarem e homens virarem lobos.
De fazer bruxas dançarem em volta da estrelas.
E de fazer estrelas me rodearem. E precisarem do meu brilho para poder brilhar.
A lua é meu lugar. Sou o menino da lua, da rua, das fases.
Sou louco, sou humano, sou intenso e reservado, singular e plural.
Extremamente calmo, extremamente impaciente.
Narcisista e inseguro. Sério e engraçado.
Não tomo banho todos os dias e choro sem porquê.
Falo sozinho e brigo com o espelho. Leio enquanto cago e durmo de meias.
Reservado e um tanto exposto. Corro atrás e largo fácil.
Brigo muito e peço paz. Escrevo e falo sem parar, sem pensar, pensando, falando e pensando, pensando depois. Mas sempre falando e sempre pensando, não necessariamente nessa ordem.
Tenho fases como a lua. Será que todos as tem? Sou o menino da lua. Tenho manchas indecifravéis e um guerreiro matando meu dragão interior dia após dia.
Apareço a noite, ou não apareço, ou apareço pela metade, quase acabando, quase começando, mas sempre presentes.
Já me pisaram e me fincaram bandeiras, mas sou independente, sou único e não tenho dono. Não tenho gravidade, ninguém mora em mim.
Tenho fases como a lua, ora bom , ora ruim, ora louco, ora sério, ora ateu, ora padre.
Sou assim, sou intenso, sou verdade e falsidade. Ing e Iang.
Complexo assim como você leu.

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