segunda-feira, 12 de julho de 2010

Carta a um escritor.

Escrever para mim é fugir deste mundo tão complexo. É criar e expôr minhas complexidades. É poder inventar uma nova realidade a cada dia e dizer não a toda essa loucura chamada terra.


Penso em escrever sempre. Todo dia, toda hora. Quando assisto aos jornais, cansado de tantas mortes, violências, crimes. Quando participo de rodas de conversas onde o único papo é a vida alheia. Quando penso em morrer, ou em chorar. Tudo viram letras. É isso que me mantém vivo dia após dia.

Nós escritores temos esse poder, que muitos tem na mente, mas que não conseguem passar para o papel. Podemos nos reinventar. Ser fênix a cada texto novo. Criar personagens que podem dizer o que querem e fazer o que querem, principalmente quando nós não podemos. Que pensem que somos loucos, sitemáticos, individualistas, egocêntricos. Podemos ser quem quisermos. As letras nos dominam de tal forma que nos sentimos livres para pensar e expôr. Somos escravos dos sonhos. Almas que não conseguem se prender a essa prisão chamada corpo e quer voar. No fim, sempre tudo se transforma em letras. Letras, letras e mais letras. Misturadas a lágrimas, sentimentos, angústias. Letras que nos movem. Agradecemos a nossa imaginação, válvula de criação, e a todas as vogais e consoantes, que são nosso instrumento de trabalho e que sempre estão a nossa disposição.

Falo em meu nome, e em nome de todos os escritores. Somos tão diferentes, com estilos diferentes, mas a mesma maneira de ver o mundo. Com os olhos dos livros.

E tudo flui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário