quinta-feira, 15 de julho de 2010

Deixe-me chorar...

São tantas coisas a dizer...


Antes, deixe-me apenas chorar. Preciso libertar essa represa que se transformou minha alma.

Nessas lágrimas, vão-se todas as letras das músicas e das poesias que escrevi para você.

Vão-se todas as cartas de amor e todas as juras sinceras.

Me espere chorar. Isso pode levar um tempo, mas logo acaba.

Depois de tanto tempo chorando, é incrível que ainda existam lágrimas.

Existem. Persistem.

Deixe-me viver esse pequeno momento. De sentir tudo evacoar.

São coisas guardadas durante tanto tempo, e que já haviam se tornado parte de mim, de tão íntimo, de tão triste...

Deixe-me chorar.

Deixe eu sentir minhas lágrimas caindo e imaginar suas mãos suaves enxuga-las.

Essa lágrima que caiu agora, é pelos dias de amor, de trocas eternas de amor na nossa cama, hoje, minha.

Mais uma lágrima cai, e sinto meu peito a se esvaziar. Agora, foram junto com elas as palavras mal ditas, as decepções e as contradições.

A sensação de vazio se tornou maior, elas eram o que mais enchiam o meu peito. Elas eram o que mais sustentavam o rancor que sentia por você. Agora, elas se vão. Cairão no chão, serão absorvidas pela terra que um dia, comerá esse corpo agora tão pesado de tantas lembranças. Mas logo leve.

Essas últimas lágrimas, deixo para a saudade. Não vou desperdiça-las de uma vez, ainda preciso guarda-las pois certamente, elas ainda cairão, por muitos dias, por muitos anos, talvez eternamente.

Saudades das palavras. Que por um momento, foram verdadeiras dentro do meu imaginário tão infantil e tão adulto, dependendo do que foi dito.

Saudades daquelas letras que cairam a um tempo. Precisaram ir em lágrimas, mas ainda estão em lembranças.

Lembranças não se derramam.

Meu peito esta vazio, minha alma leve.

Tudo que precisava ser liberto, assim o foi.

O pouco que me restou, lembranças, deixo agora aqui escrito.

Se um dia eu esquecer, ou você esqueçer, poderemos encontrar aqui.

Um pouco da nossa história, de mim, de você.

Deixe-me chorar. Agora, aquelas ainda guardadas, lágrimas de saudade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário