quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Eu acreditei. Eu sempre acredito. Eu sempre acredito no que sinto. Eu sempre me traio.Eu sempre me frusto por esperar dos outros o que idealizo.
Eu danço. Eu sempre dancei. Eu sempre criei minhas melodias. As que acompanham o meu ritmo. Eu sempre me frusto por ninguém dançar comigo.
Eu falo. Eu sempre falei. Eu sempre disse o que quis. As palavras vem e logo saem. Eu sempre me frusto por ninguém as ouvir.
Eu sorrio. Eu sempre sempre sorri. Eu sempre sorri quando quis. Vejo algo, penso algo, logo rio. Eu sempre me frusto por ninguém ver que por trás do riso existe o choro.
E eu choro. Eu sempre chorei. Chorei quando nasci. Choro por morrer aos poucos. Penso, logo choro. Acredito, logo choro. Danço, logo choro. Falo, logo choro.
Eu choro. Eu sempre me frusto por ninguém perceber que choro enquanto acredito, danço,falo, sorrio.
Eu sempre me frusto por essa lágrima presa que ,ao primeiro movimento, sai sem pedir licença.
Eu, sempre eu. Me vendo no espelho quebrado.
Me vendo na lágrima que cai.
Eu me vendo. Sempre me vendo por tão pouco.
Vendo minhas idéias, vendo minha dança, vendo minhas lágrimas.
Me vendo dançando e falando enquanto sorrio, acreditando que as lágrimas não cairão.
Mera ilusão.
Me vendo daqui até pareço feliz. Se não fossem elas... as lágrimas. Sempre me lembrando que aqui estão, prontas para cair ao primeiro movimento. Sem pedir licença.

Elmo Ferrér

Nenhum comentário:

Postar um comentário