segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Entre o não e o talvez: o sim!

E lá foi ele pegar o ônibus com destino às novas escolhas.

Este poderia ter sido mais um dia. Um dia em que o "não" iria fazer efeito e que o "talvez" poderia fazer o tempo se perder mais rápido.

João disse sim. O ônibus passou e ele resolveu subir. No itinerário apenas "incerto".
-Onde fica o incerto? - pensou.
Talvez o incerto esteja onde tudo que é óbvio não se encontre. Ou até mesmo talvez, em um lugar paralelo, contrário a tudo que acontece. Onde as coisas não tem hora nem dia certo para acontecer...!
O ônibus não estava tão cheio, havia apenas quatro pessoas. Todas olhando para a janela, de onde se avistava o nada. O nada de fora, se misturando com o nada de dentro e perguntas voando por todo o espaço. Vozes ecoando lamúrias inconstantes e pontos de interrogação presos nas cordinhas do sinal.
No rosto do motorista e do cobrador havia um capuz. Não existe a possibilidade de saber quem são.
Um ônibus imaginário, com pessoas imaginárias, indo para um lugar imaginário? Quem sabe?
Mas a imaginação estava tão viva que por si, se tornou real. Tudo aquilo existe e ele já está lá, se afastando cada vez mais do concreto e indo de encontro ao incerto.
Pensou em descer por diversas vezes, mas se descesse iria parar onde não conheçe. Mas também, estava indo para onde não conheçe...
De conhecido mesmo, apenas o que deixou para trás.
Mas o ônibus seguiu viagem e ele foi.
O vazio de não saber o que vem pela frente o atordoa, mas ao mesmo tempo, o faz ter coragem. É algo tão mixto, tão complicado, tão confuso. É uma necessidade de explorar o desconhecido e descobrir o mistério do "se". De quantas possibilidades se escondem dentro do que não se conheçe...e ao mesmo tempo, uma fadiga de tudo que já se viveu.
João não sabe pra onde vai. Mas ele sabe que chegará a algum lugar. Isso o conforta. Pode ser que ele sofra, pode ser que ele se magoe, pode ser que se aborreça, pode ser que...ele seja feliz!

Elmo Ferrér


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