terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Réquiem para a solidão.


Ah, solidão. Tristeza dos amantes e alegria dos poetas. Nos casamos embaixo de uma árvore sem folhas e de um céu pesado, de nuvens negras. Um coral de pássaros de asas cortadas cantava uma Ave-Maria enquanto você chegava, com um longo vestido negro, um véu de tule grosso e um buquê de folhas daqueles livros, daquelas cartas, daqueles poemas.
Um beijo sela nosso enlace. A tempestade cai sobre nós. Nossa lua de mel acontece ali mesmo. Um homem na chuva, trocando carícias com o vento. Pássaros de asas cortadas, cantando a canção morta e incompreensível, únicos presentes e testemunhas da cerimônia. Ali estão apenas porque não sabem voar.

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