segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O tempo passa e ele espera

Ele senta na areia da praia e assiste, sem pressa, o lento morrer do sol.Ele assiste a lua nascer e o mar subir.
Ele assiste a lua morrer,o sol nascer e o mar descer.
Nada mais poderá ser feito  ou desfeito.
Ele anda lentamente pela areia da praia em direção a lugar nenhum. Cada pegada que fica na areia, logo é apagada pelas ondas do mar.
Ele senta na areia da praia e assiste, sem pressa, o lento morrer do sol.
Ele deita de braços abertos e olha para o céu escuro, hoje sem lua, sem estrelas.
Sem pressa ele espera mais um morrer da noite e mais um nascer do dia.
Do que lhe adianta a pressa se a vida para ele parou? 
Do que lhe adianta o nascer e o morrer cotidiano do sol e da lua?
Pra que serve tudo isso para um homem que não tem mais coração? Que não tem mais alma?
Pra que serve saber que as pegadas foram apagadas, que o sol e a lua nascem e morrem todos os dias, que o mar sobe e desce cotidianamente? Pra que serve tudo isso, se as palavras ditas não foram esquecidas, as dores não cicatrizaram e a memória não morre?
Pra que ter pressa quando por muitas vezes ele pediu que o tempo não passasse para ficar ao lado dela ,mas ele passava rápido demais?
Pra que ter pressa quando ele pediu para o tempo passar rápido para ele poder esquecê-la depressa, mas ele não passava.
Pra que ter pressa quando não se ama mais? Quando não há mais fé? Quando não se acredita mais em nada?
Pra que ter pressa?
Ele senta na areia da praia e assiste, mais uma vez, o nascer do sol. E espera pacientemente, o morrer.

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