sábado, 2 de outubro de 2010

Memória.

As palavras o vento leva. A memória não.
Memória fica, atormenta, angustia, doi.
É ela. É sempre ela quem fica.
E parece que quanto mais pedimos que se afaste, mais ela se aproxima.
Ela volta com os olhos cheios de promessas incumpridas.
Ela volta com o sorisso calmo e enganador.
Ela volta, sempre volta.
Quando você menos espera,
quando você menos quer.
Quando você acredita que a perdeu. Quando você grita para o seu interior,
ela responde.
Quando você chora de tristeza, é ela o olho d'agua que percorre todos os afluentes da sua alma.
Quando você fala baixinho, é  ela quem está ali, te ouvindo.
Quando você se sente só, ela te acompanha.
Quando você deseja o pior, ela se transforma em momentos bons.
Ela sempre te segue.  É ela quem decide quando vai, se vai.
Ela não é sua. Ela  tem um dono.
Ela é do tempo. Juntos, eles determinam tudo.
E mesmo que o tempo a leve,
você nunca saberá quando ele resolverá trazê-la de volta.
Só resta sentar, deitar, andar, esperar.
O dia que ela irá.
O dia  que ela voltará.

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