segunda-feira, 7 de junho de 2010

O reino

Eis meu novo filho, um texto que considero o melhor da minha carreira como roteirista até agora. Um roteiro que revela um outro Elmo, uma outra maneira de escrever... Aos que já conhecem meu trabalho, minha maneira de escrever, de certa forma política, tenho certeza que irão se surpreender, aos que não conhecem, espero que gostem. O texto é bem diferente dos que costumo escrever como já disse, e se tratando de montagem teatral, escrevi pensando em fotografias bem diferentes, com trabalhos que exploram os atores e os encaminham a novas possibilidades cênicas. Acredito ser meu trabalho mais...agressivo, posso assim dizer. É um texto como toda um fotografia infantil, com personagens infantis, mas longe de ser infantil, acho que isso que surpreende. Bem, não vou ficar falando muito senão ninguem assiste quando montar...espero no mais tardar, Agosto. Passaremos Julho ensaiando. Vamos então à história, não completa, mas já dá pra ter uma idéia. 
Resenha:

O texto gira em torno de Maria, uma jovem de mais ou menos 22 anos, que aparece na cena vestida como uma criança, conserva hábitos e comportamentos de uma crianças de nove, dez anos. Acredito que a primeira reação do público, será achar que ela é louca, pois suas atitudes mostram isso. Mas o texto leva ao espectador, desenvolver uma ótica diferente, a medida que a história dela é contada. De tudo que viveu, ela lembra apenas das agressões que a mãe cometia. Ela não vive no presente, todas as suas referências são do passado. Fala como se tivesse ainda 8 anos, não faz menção ao presente. Vive com um boneca de pano que trata como filha e que trata do mesmo modo que a mãe a tratava. Em vários momentos, a imagem da mãe aparece, sempre em tom ameaçador. Entra por um beco escuro seguindo a voz que a chama, e descobre o seu brinquedo preferido, um palhaço  que ela tinha quando pequena, uma espécie de Arlequim, bobo da corte, só que longe de ser engraçado. Duro e frio, ele a ela ao passado para encarar todos os seus traumas, e quem sabe assim, passar a viver o seu presente. O universo dos brinquedos, das cantigas de roda e das agressões sofridas serão sempre focadas no decorrer da peça. Por que a mãe de Maria a maltratava tanto, por que ela não vive o presente e está sempre ligada ao passado. Até quando agressões sofridas no passado, pode modificar o presente e o futuro de uma criança? São perguntas frequentes durante a peça.
Bem, não vou falar mais, agora, só vendo,rsss.
Enviei também uma proposta para a editora, quem sabe não vem ai um livro???

Abraços blogueiros!!                           

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