terça-feira, 3 de julho de 2012

Morar em si.


Sobre os dias em que não se deseja morar em si, não se ser, não se levar pra onde quer...

Dias nublados dentro de si, embora lá fora venha o sol dizer que o clarear lá está. Mas quando a lâmpada interna apaga, o breu toma conta e nem mil vaga-lumes são capazes de fazer voltar o brilho.

A ideia de fechar os olhos e esperar tudo passar parece boa. Mas, se os olhos não mais abrirem?

Vontade de pôr os pés no mar... vontade de pôr os pés nas nuvens. Vontades...!

Morar em mim não é simples assim, principalmente quando a minha realidade interna se depara com a externa. E então, percebo que o mundo que quero não é o que tenho. Que a casca que levo não é a quero. Que a vida que vivo não é minha!

Moro em mim, talvez por não encontrar um lar adequado para tão abstrata alma. 

Morar em mim... alugar-me por tempos indeterminados. Sou meu próprio vizinho chato que não me deixa dormir com as músicas altas tarde da noite. Sou o cão que late de madrugada, perturbando meu sono. Sou minha própria insônia.


Elmo.




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