terça-feira, 9 de agosto de 2011

Folhas, frases, fragmentos e outras coisas que se encontram... mortas!

Aqui estou. Em uma montanha de pensamentos misturados às lembranças do passado. Passado de ontem, de agora a pouco e anos atrás.


Daqui, do alto dessa montanha, um por de sol agradável enche minha alma de coragem e vontade de não mais voltar para baixo. Estou decidido a não mais descer. A esquecer. A não viver!

Vou ficar aqui. Vou ver a vida passar lá embaixo e as pessoas serem simplesmente pessoas. Vou ver as pessoas vivendo e simplesmente... vivendo!

Lá embaixo não é lugar pra mim. Não me adapto, não me encaixo, não me acho.

Começo então a pegar os papéis, nos quais escrevi a vida inteira. Papéis sobre tudo e todos.

Sobre você... Até um tempo, achei que me encontrei ao te encontrar. Na verdade, nunca me encontrei. Nunca te encontrei. No fundo, sempre fomos dois perdidos! No fundo, todos estão perdidos.

Sobre a vida...Há aqueles que brincam de “ser” e acreditam na vida que criam. Isso parece ser felicidade, mas é apenas um balão que voa incertamente pelo espaço em busca de um galho que possa estourá-lo a qualquer instante.

Sobre mim...Eu encontrei o meu galho e agora estou aqui, com os pedaços do meu balão nas mãos. Qual a cor dele? Quando enchi era da cor de esperança, mas foi passando por tantos lugares que agora está sem cor alguma. Como ele viajou até chegar até aqui.

Papéis, papéis, papéis...

Vou jogá-los daqui do precipício. Digo, montanha!

Este que jogo agora, voará até o rapaz que está caminhando sozinho pensando na vida. Não deveria ter pensando tanto... enquanto pensei na vida, esta estava ali, pedindo para ser mais vivida e menos pensada!

Este agora, voará até o senhor sentado em frente à casa velha. São meus planos para o futuro. Sentado em frente à uma casa velha depois de ter vivido anos tentando ser perfeito. E hoje, só! E amanhã... só! E depois e depois e depois...

Mais um voará até encontrar o jovem sentado em frente ao mar com seu caderno velho, tentando encontrar palavras para se expressar sobre sua e tão de todos, vida!Este aqui, repleto de palavras não ditas e de pensamentos não concluídos, voará até encontrar o jovem em pé em uma montanha de pensamentos. Para que ele perceba, que sua vida sempre foi um balão que agora encontrou seu galho e que sempre esteve cheio de ar. Do seu próprio ar. Ar, que quando entrou nesse balão, levou com ele um pouco de sua alma e que agora, com o balão estourado, se tornou impalpável, incolor, imperceptível ao se misturar ao vento que passa agora.

Quem sentir este vento lá embaixo, perceberá que há nele um pouco da alma de um jovem? Quem o sentiu a vida inteira percebeu que existia uma alma neste jovem?

Estou aqui. De braços abertos. O frio que sinto não é incomum. Sempre o senti,só que vindo das pessoas lá embaixo. Consoantes e vogais começam a me circular. Fragmentos de letras de músicas, poemas. Fragmentos de palavras. Fragmentos...

Me lanço. Me jogo. Eu vou. Eu voou!

O que me espera?Para onde vou?Como será? Não sei. Nunca soube. As incertezas vão comigo para onde... voou!



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